sábado, 23 de maio de 2009

Eu quero ser dona-de-casa



Deu sol, deu praia, deu tudo certo e tudo errado e o resto é aquela incógnita de sempre. Pra onde é mesmo que eu estou indo? A que horas passa o ônibus que devo tomar, quando é que eu vou chutar essa pedra da estrada? Viver sem fazer planos agora. É que planos exigem disciplina, determinação, paciência e eu estou sem os ingredientes no estoque no momento. E porque é que todo mundo ter um plano? Um plano A, um plano B, um plano de Fuga, objetivos na vida? Ai, isso às vezes cansa! Ó, lá vai a pérola do dia: eu queria viver como se tivesse os dias contados e não desse tempo de planejar nada a longo prazo.
Eu queria dar um abraço na minha mãe e pedir perdão pela eterna falta de paciência, mas não faço. Meus braços permanecem cruzados. E queria poder ficar chocada, não apenas um instante, mas o tempo todo, com tudo que acontece de errado no mundo. Eu queria permanecer de boca aberta, de indignação, mas também sou como toda gente. Não fico chocada tempo o bastante e tempo bastante é sempre! E, se eu vivesse mesmo como se tivesse os tais dias contados, não perderia tanto tempo fazendo joguinhos, usando artimanhas, disfarçando, negando, evitando. Telefonaria se estivesse a fim e não ficaria supondo que fulano vai pensar que sou carente ou muito dada. Enterraria essas velhas táticas imbecis. Eu não ia sair por aí soltando os cachorros não,  só ia ser menos falsa. E mais corajosa, talvez. Às vezes esperamos demais pra fazer o que precisa ser feito, como se o tempo estivesse inteiro à nossa disposição. Ou então não é com a gente, trabalhamos nos bastidores. Mas eu quero estar no palco algumas vezes, quero sim. Ser a protagonista, a anti-heroína. Tess D´Umbervilles, sem um final trágico. O que mais eu desejo? Anos de indecisão! Não sei o que eu quero,  não com aquela certeza que te faz seguir em frente, chutando as pedras do meio do caminho. Só sei que quero, quero, quero...alguma coisa, com uma sede absurda.

Sou estranha e insatisfeita. Nunca sei se quero que gostem de mim pelos meus seios ou pelas minhas idéias malucas. Se por acaso é por um, fico doida que não seja pelo outro, e vice-versa. Ah, mas tem uma coisa que eu sei que eu quero, aliás, acabei de me decidir! Quero ser dona-de-casa, assim mesmo, bem na contramão da evolução feminina. Ser sustentada, ó que delícia! Fazer muito cursinho à toa, pintura em porcelana, pintura em acrílico, pintura na puta-que-o-pariu! Massagem, depilação, análise. Estarrar-me em frente à TV pra ver a sessão-da-tarde e quando ele chegar, supondo que exista um " ele", correr pro abraço. (vou estar ajeitadinha, vá lá, prometo!). Essas feministas ferraram com a gente, eu porque não conheço nenhuma, senão metia a mão! Pra que mandaram a gente estudar, fazer faculdade e ficar inteligente? Eu quero é perguntar: "Ei amor, me diz em quem eu devo votar? ahahaha.
Eu quero ser burra! Burra, alienada e completamente feliz, dá licença! Ao menos por uns dias.

3 comentários:

  1. ó dúvida cruel, ser ou não ser, né não? E o velho tic, tac que nos assombra e só nos avisa qdo enxergamos as primeiras rugas...

    Também odeio as feministas, hahahaha.

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  2. Poissssssssss!!
    Quem inventou isso de FEMINISTA deve ser uma burra completa,afinal pra vc é né??
    Metias a mão como falou!!
    Bom....eu.....sei lá.......Dona de casa nem sei,mas tipo...bem mais burra eu tb queria ser!!
    rssssssss!!
    Bem mais!!
    :)
    Cacau Petry

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  3. né por nada não, mas acho que cês não entenderam o esppírito da coisa....rs

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