quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Let´s dance

Ai, estou triste. Morreu o homem que mais lindamente vestia uma calça preta-justa no mundo! Aquele que em Dirty Dancing fez a gente acreditar, ainda na adolescência, que a garota sem gracinha podia conquistar o gostosão do pedaço. Acho que foi justamente essa a grande sacada desse filminho sessão da tarde. Toda menina que não se encaixava exatamente no padrão de beleza da época estava ali representada pela Jennifer Grey. A gordinha, a de óculos, a baixinha, a magrela. Todas podíamos "pegar" o gato do Patrick, o galã do colégio, o marrento da balada, o disputado a tapa. E sonhar nunca custou nada mesmo. 

Ok, é filme de mulherzinha e blá blá blá wiskas sachê. É. Eles cultuam Jackie Chan, peramore(!), entonces deixem-nos com nossas mulherzises. E desculpem rapazes, comemoramos aniversários, mas quem é que cresceu? voc}es ainda assistem filminhos de perseguições em alta velocidade e muitas porradas. E nós, nós ainda suspiramos baixinho naquela cena final,  com Patrick e Jeniffer dançando ao som de  I had the time of my life. Á época,  o cúmulo do sensual, hoje, cafona de tão ingênua. 

O sucesso para Swayse veio tarde, depois dos 35. E eu estava lá pra ver. Era um homão em “The Outsiders” do Copolla, ao lado dos menininhos Tom Cruise, Rob Lowe e Ralf Machio. O filme em que todas nós, garotas começando a vida, suspirávamos e dávamos gritinhos, pra depois sair pela cidade e achar todos uns sem graça. Os meninos bebiam pra sair pra baçada, nós assistíamos a Dirty Dancing. Não era um bom ator, mas tinha carisma. E pra valorizar ainda mais o sujeito, casou em 1975, antes de sequer cogitar ser ator e permaneceu casado até 2009, com a mesmíssima mulher. Pasmem. Eu pasmo. Quase acredito que o amor existe.


Eu sou cinéfila, adoro Touro Indomável, Crepúsculos dos Deuses, meu ídolo é Marlon Brando, mas confesso, será sempre a minha "pipoca" preferida. Swayse morreu hoje , aos 57 anos. Cedo. De câncer. Sofrido. E sempre que alguém morre, mais do que lamentar, eu desejo que tenha tido uma boa vida, que tenha tido com quem dividir as alegrias e as dores e que um segundinho antes de partir, tenha  passado pela mente, um  "valeu a pena”. Tem gente que não está atento a isso, nem sempre eu estou.  A viver de modo que quando esta puerra toda acabar, possamos levar mais gratidão do que arrependimentos. Algumas vezes gastamos a vida, como diria o protagonista de “Os Mais” de Eça de Queirós, sem nos darmos conta do que realmente importa. Não gastemos as nossas. Ah, e vamos dançar mais, please. Vamos dançar muito!